Com o declínio da população selvagem de rinocerontes negros, comecei a ler sobre os esforços de reintrodução de animais reproduzidos em zoológicos. Como já disse, a medicina da conservação é complexa, portanto vou contar sobre uma das dificuldades que os especialistas encontraram durante este projeto.
Rinocerontes negros (Diceros bicornis) selvagens podem ser portadores latentes de Babesia bicornis.
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Capilares do cérebro de um rinoceronte negro infestado com B. bicornis intraeritrocítica |
Porque? Bom, zoológicos geralmente tem programas de reprodução de "animais ameaçados de extinção", os filhotes nascidos em cativeiro não são expostos aos seus parasitas naturais, consequentemente não criam imunidade.
Se estes animais são reintroduzidos ao seu habitat natural e têm contato com os parasitas, eles se infectam e podem vir à óbito por falta de imunidade.
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Rinoceronte sendo transportado por um helicóptero até um veículo em terra. |
A apresentação da babesiose em carnívoros e ungulados selvagens é similar a do seus "parentes" domésticos, no caso dos rinocerontes os cavalos.
O que pode ser feito para aumentar a imunidade destes animais contra a B. bicornis é a infecção artificial com o parasita específico e o tratamento com medicamentos "anti-Babesia". Estas são soluções práticas para o problema.
Links interessantes sobre o assunto:
Mais sobre a babesiose em animais domésticos.
Vaccine for Rhino
Paper about Rhino Babesiosis in Namibia
Flying Rhinos
Quem mais aqui gosta de medicina da conservação?
M.V. Verônica Pardini

Muito bom este post. O rinoceronte preto foi o primeiro animal que tratei na vida, e era de vida livre!
ResponderExcluirA medicina de conservação também me fascina. Pretendo seguir! :) Bjs
Fico feliz que tenha gostado! São animais maravilhosos mesmo! :)
ExcluirCoitadinho no Rino, amarrado de cabeça pra baixo?... kakakakakak,
ResponderExcluirDesculpe!
Belo trabalho o seu, doutora Verônica!
Vovô Alfredo
Haha da dó mesmo :). Obrigada vovô
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